A dor lombar apresenta alta prevalência na população economicamente ativa, promovendo a diminuição da capacidade produtiva, absenteísmo, prejuízos à qualidade de vida e afastamento previdenciário. Medidas diversas têm sido adotadas no intuito de diminuir esse infortúnio laboral, destacando-se a prática de exercício físico no ambiente de trabalho.
A dor lombar apresenta natureza multifatorial, incluindo, além de fatores sociais e psíquicos, fatores de risco, tais como excesso de peso, baixo nível de atividade física e atividade laboral exercida, que inclui o levantamento de pesos e movimentos repetitivos.
Estudo científico publicado na Revista Brasileira de Medicina do Trabalho apresentou os seguintes números:
- Aproximadamente 84% dos adultos irão manifestar dor lombar em algum momento da vida.
- 14,7% da população brasileira apresentou relatos de episódios crônicos da patologia.
- Dentre os motoristas de caminhão, o estudo identificou uma prevalência de dor lombar de 59%.
- Dentre os trabalhadores envolvidos no transporte de pacientes, identifica uma prevalência de 59% de dor lombar.
- Considerando trabalhadores de escritório, um estudo com 505 funcionários de uma universidade pública no Brasil indicou que 19,4% deles possuíam dor lombar.
Tratamento
O tratamento de pacientes com dor lombar baseia-se principalmente na reabilitação, que inclui exercícios físicos, procedimentos manuais e farmacoterapia.
As evidências apontam que o exercício físico se destaca na prevenção e no tratamento da dor lombar, uma vez que, além de contribuir na redução dos sinais e sintomas de dor, melhora o estado funcional.
Ambiente de trabalho
A prática de exercícios físicos no ambiente de trabalho consiste em uma estratégia de intervenção promovida com o intuito de prevenir lesões ocupacionais de etiologia musculoesquelética. São realizados, via de regra, exercícios de fortalecimento e alongamento musculares, além de outras práticas corporais que envolvem coordenação motora e relaxamento muscular
Entretanto, a relevância de intervenções com o intuito de prevenir essas lesões no trabalho pode ser questionável quanto a sua real efetividade para contribuir com a redução de casos de lombalgia. Para trabalhadores que apresentam queixas no sistema musculoesquelético, assim como para aqueles que desempenham atividades ocupacionais de maneira repetitiva, o exercício físico realizado no ambiente de trabalho pode proporcionar benefícios diversos, como melhora da produtividade, sensação de valorização profissional, além de, teoricamente, prevenir lesões musculoesqueléticas.
Apesar dos reconhecidos efeitos da prática do exercício físico na melhora de quesitos identificados como pertencentes à aptidão física, como força e flexibilidade musculares, no Brasil não há obrigatoriedade legal para a prática de qualquer modalidade de exercício físico no ambiente de trabalho.
Autores
Roberto Rodrigues Bandeira Tosta Maciel; Natasha Cordeiro dos Santos; Daniel Deivson Alves Portella; Priscila Godoy Januário Martins Alves; Bruno Prata Martinez
Este estudo publicado no site da Organização Mundial de Saúde e na revista Brasileira de Medicina do Trabalho, avalia os efeitos do exercício físico no ambiente de trabalho no tratamento da dor lombar.
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